
O POTENCIAL – E RESILIÊNCIA – DE UM PORTFÓLIO INTERNACIONAL
Volatilidade é um termo corriqueiro no mercado financeiro. Todo país enfrenta seus altos e baixos. A chave do equilíbrio e proteção do portfólio reside na diversificação, tanto para se beneficiar das nuances do mercado local e internacional, quanto para se proteger de riscos. Porém, para muitos investidores, essa prática foge do radar e os recursos são alocados em carteiras 100% domésticas.
No Brasil, 48% dos investidores mantém seus investimentos baseados no mercado local. No entanto, em um 2020 desafiador, a aposta em ativos globais ganhou os holofotes e está mudando esse comportamento. Nesse contexto, resiliência para se obter rendimentos satisfatórios é fundamental.
Fonte: Global Investor Pulse: Brasil
Desafios da última década

A diversificação internacional tem o objetivo de resultar em uma maior resiliência do portfólio, uma vez que tem potencial para mitigar riscos cambiais e permite melhor gerenciamento de eventos políticos².
Combinar e equilibrar ações e fundos locais e internacionais não garante, mas amplia as chances de chegar ao final de um ciclo prolongado com bons rendimentos e o patrimônio protegido. O oposto ocorre ao alocar recursos só no mercado interno.
Na última década, assim como outros países, o mercado brasileiro enfrentou situações políticas e econômicas diversas. Analisando brevemente, percebe-se os momentos em que o investidor teria maior proteção ao incorporar ativos globais no portfólio. (Performance passada não é garantia de resultados futuros).

Estudos apontam uma taxa média real de crescimento do PIB do Brasil na última década em -0,1%6. A projeção do Banco Central no início de setembro era de uma queda de 5,31% no PIB em 20207.
A volatilidade da última década exemplifica como o investidor pode buscar fôlego e proteção ao investir no exterior, com uma exposição a riscos – e momentos políticos – diferentes, evitando que os rendimentos fiquem à deriva dos ritmos desacelerados das ações locais.
Exposição cambial

Assim como eventos geopolíticos afetam taxas e mexem com o mercado financeiro, o câmbio também é impactado pelo cenário de cada país. Muitos investidores hesitam em investir internacionalmente pois julgam o preço alto. Porém, mesmo com taxas mais elevadas, contar com proteção cambial é válido.
Quando se fala em moeda estrangeira, um fato que acompanha o raciocínio do investidor é a força do Dólar ante o Real.
Uma moeda secular tende a ter maior impacto na economia global, diferente do que ocorre com o Real, por exemplo, pois conta com pouco mais de 20 anos em circulação. É natural. Porém, o interessante é perceber como a combinação entre as duas moedas é capaz de gerar uma estratégia sólida de investimentos.
A vantagem de usar a exposição cambial como uma fonte de risco e diversificação adicional [no portfólio], é expressar a visão de mercado e reduzir o risco total de uma carteira que seja 100% doméstica. Esse é um dos principais benefícios da diversificação internacional com fator de risco moeda
Um estudo da BlackRock, conduzido por Cindy Shimoide, ilustra como é possível ter bons rendimentos com uma estratégia de “buy-and-hold”, o oposto do que ocorre quando se aplica a tática de esperar pela baixa da moeda americana para investir.
Retorno (log) acumulado em reais

Fonte: BlackRock, Bloomberg e MSCI de julho de 1994 até setembro de 2020 em reais. Para efeitos meramete ilustrativos.
O gráfico considera o período que vai do início do Plano Real até o momento atual, e a compra de ações nos Estados Unidos, sem hedge, versus a compra de ações no Ibovespa. A performance é clara:

Na simulação “Esperar pela Baixa com reinvestimento em Ibovespa”, que considera a espera pela baixa da taxa cambial e a permanência na posição por no mínimo 12 meses; se observa uma queda de ao menos 10% no mercado americano após o primeiro mês positivo.

O rendimento dessa estratégia é inferior em relação ao movimento de investir na bolsa a qualquer momento, ou seja, sem aguardar uma baixa na taxa do dólar.

Em momentos de estresse, como a crise de 2018, por exemplo, a carteira 100% doméstica teria um choque cujo impacto seria 12% de perda de patrimonio.

Porém, a mesma carteira, se composta por 10% em ativos internacionais, teria uma queda de aproximadamente 11%.
O papel dos ETFs

Com as baixas taxas e juros no cenário econômico atual, fundos negociados em bolsa - ETFs - são uma excelente opção de investimento – especialmente aqueles que são locais, mas com exposição a índices globais, cujas características mais atrativas são:
• Baixo custo
• Maior liquidez
• Flexibilidade para compra/venda
ETFs também corroboram para a resiliência do portfólio no longo prazo. A BlackRock acredita que os ativos globais de ETFs podem chegar aos US$ 12 trilhões até 20249.
No cenário econômico atual, o investidor vai precisar de uma diversificação maior. Uma aposta que a gente faz está em incorporar mais o investimento no exterior nos portfólios dos brasileiros e combiná-los com produtos focados no mercado local.8
Performance do IVVB11
Investir em ativos estrangeiros por meio de um fundo local é extremamente vantajoso para o investidor.
O IVVB11 é uma opção que traz baixas taxas de administração e torna-se um instrumento de acesso ao mercado internacional por replicar o índice S&P 500, além de ser o quarto maior ETF no mercado brasileiro, com R$ 1,82 bilhão de patrimônio10
Qual seria a performance de um portfólio que incorporou o IVVB11 no prazo de dez anos, cinco anos e um ano? Acompanhe os estudos de caso também conduzidos por Cindy Shimoide.

É preciso observar ganhos, mas também risco. Em 2016, a carteira doméstica foi positiva em rendimentos, porém, o risco foi mais alto e, no longo prazo, o que se mantém constante é a performance positiva dos portfólios compostos por IVVB11.

Fonte: Morningstar Direct, MPI Stylus de 1o de julho de 2014 a 31 de agosto de 2020 em Real brasileiro. Taxa Libre de Risco: Real brasileiro. Benchmark: nunhum. Frequência de Reequilíbrio: mensal.