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BDRs de ETFs de renda fixa: explorando oportunidades de diversificação

A diversificação de portfólio é um elemento-chave na gestão de investimentos, permitindo aos investidores equilibrar riscos e acessar novas oportunidades. No contexto brasileiro, a diversificação internacional é uma estratégia eficaz para mitigar as oscilações associadas a um único mercado. Além disso, a diversificação de classes de ativos desempenha um papel fundamental na busca por portfólios equilibrados e resilientes.

TAKEAWAYS

  • Enquanto a renda variável1 é representada por ativos atrelados às expectativas de mercado, os ativos de renda fixa estão atrelados a indicadores específicos, como inflação ou taxa de juros.
  • Nos últimos meses, o Brasil tem vivenciado um aumento nas perspectivas positivas quanto à inflação. Apesar de uma alta anual2, o mercado tem visto as expectativas de inflação futura dos analistas recuarem.
  • Uma consequência direta desse cenário é a queda na Selic realizada pelo Copom3.
  • Enquanto o Brasil se encontra nesse cenário, outros países enfrentam choques inflacionários persistentes e riscos de aumentos nas taxas de juros, como os Estados Unidos4.
  • Nos Estados Unidos, os ETFs ainda representam uma fração do mercado financeiro total – cerca de 13% dos investimentos de renda variável e 3% de renda fixa5.

1. SAIBA MAIS SOBRE INVESTIMENTOS EM RENDA FIXA

Conforme o investidor começa a construir o seu portfólio, algumas terminologias do mercado financeiro passam a fazer parte do seu cotidiano. Entre elas, está a classificação de seus investimentos em ativos de renda fixa ou variável.

Em contrapartida à renda variável6, que são ativos atrelados às expectativas de mercado e cujo retorno não pode ser dimensionado no momento da aplicação, os ativos de renda fixa estão atrelados a indicadores específicos, como inflação ou taxa de juros, e têm o seu rendimento conectado a uma taxa específica no ato de compra.

Ao entender a diferença entre os dois, o investidor consegue avaliar qual deles está mais associado à sua estratégia. Além de conhecer essas diferenças, é importante que o investidor perceba que o cenário econômico favorece determinadas classes de ativos e isso, consequentemente, impacta a performance de portfólio.

2. ENTENDENDO O ATUAL CENÁRIO ECONÔMICO

Nos últimos meses, o Brasil tem vivenciado um aumento nas perspectivas positivas quanto à inflação. Apesar de uma alta anual7 o mercado tem visto a expectativa de inflação futura dos analistas recuar devido às decisões do Conselho Monetário Nacional em relação à meta de inflação.

Isso favorece o cenário econômico brasileiro e, uma consequência direta é a tendência de queda na taxa de juros, a Selic, como vem sendo sinalizado nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom8. Esse cenário impulsiona o mercado de capitais e a renda variável.

Assim, os investimentos em renda fixa ainda permanecem atrativos devido às taxas de juros, principalmente em países que enfrentam choques inflacionários persistentes e riscos de aumentos nas taxas de juros, como os Estados Unidos9.

Com esse patamar elevado e um câmbio favorável do dólar americano em relação à maioria das divisas internacionais, a renda fixa americana se apresenta como uma oportunidade para os investidores de diversos países alocarem recursos em ativos que têm um grau de risco mais baixo.

Além disso, as perspectivas que mostram que as taxas de juros ficarão altas por um período maior também colaboram com a inclusão desta estratégia.

3. CONHEÇA OS ETFs: ATIVOS PRÁTICOS PARA INVESTIMENTOS COMPLEXOS

Para o público americano, além dos investimentos em renda fixa via compra de títulos do Tesouro, os Treasuries, ou os títulos privados, os bonds, outra classe de ativo tem se tornado relevante na construção de portfólios: os ETFs – os exchange-traded funds, ou fundos de índice. Eles são ativos negociados via mercado de ações americano e, diferentemente de ações específicas que representam o desempenho de uma empresa, os ETFs estão atrelados a índices econômicos, como o índice S&P 500, ou a um setor específico, como o de tecnologia, e investem em vários ativos de uma só vez.

Nos Estados Unidos, os ETFs ainda representam uma fração do mercado financeiro total – cerca de 13% dos investimentos de renda variável e 3% de renda fixa10.

Entre os ETFs negociados no mercado americano, estão os ETFs de renda fixa, ou Bond ETFs. Esses ETFs são negociados no mercado de ações norte-americano, mas estão acessíveis aos investidores brasileiros por meio de um produto que vem se popularizando cada vez mais: os BDRs de ETFs.

4. BDRs DE ETFs DE RENDA FIXA: DIVERSIFICANDO COM RENDA FIXA AMERICANA

Os BDRs de ETFs (Brazilian Depositary Receipts) são valores mobiliários emitidos no Brasil, que possuem como lastro as cotas de ETFs emitidos no exterior11. Com eles, o investidor brasileiro tem acesso ao mercado de ações americano de maneira prática e com ativos negociados via B3, a bolsa de valores do Brasil. Além de ter exposição a mercados internacionais, como o dos Estados Unidos, existem outras vantagens, como a variação cambial em caso de desvalorização da moeda brasileira em relação ao Dólar e uma eficiência de custos maior.

Entre os 140 BDRs de ETFs lastreados em ETFs geridos pela BlackRock, há 24 opções de BDRs de ETFs atrelados à renda fixa americana. São ligados aos títulos públicos americanos com diferentes datas de vencimento, como por exemplo o BSHY39, que está atrelado aos títulos do Tesouro norte-americano com vencimento de 1 a 3 anos. Também há o BIYT39 e o BTLT39, atrelados ao Tesouro com datas de vencimentos diferentes, sendo de 7 a 10 anos para o primeiro e mais de 20 anos para o segundo.

Além disso, os investidores podem optar por ativos que estejam atrelados aos títulos emitidos pelas empresas dos Estados Unidos, como o BLQD39 e BHYG39, por exemplo.