DESMISTIFICANDO OS INVESTIMENTOS EM ESG
À medida que o ESG ganha escala, é importante abordar e esclarecer aos investidores mitos existentes sobre a incorporação dessa estratégia em sua carteira de investimento.
TAKEAWAYS
- Demanda: Entre os negócios, é cada vez mais expressiva a demanda por abordagens social e ambientalmente responsáveis. Investidores, bancos e fundos de todo o mundo têm usado esses critérios para tomar suas decisões de investimentos.
- Práticas sustentáveis: Há uma conscientização global de que a adoção de práticas sustentáveis influencia positivamente o desempenho das empresas, propicia uma melhor posição competitiva em relação aos seus pares, além de mudanças em seu custo de capital.
- Diversificação da carteira: ao ponderar o valor do investimento em uma empresa sob múltiplos ângulos, incluindo o financeiro e o sustentável, os investidores encontram novas possibilidades de modelagem de portfólio, que trazem maior resiliência para enfrentar riscos futuros. O investidor encontra mais alternativas para diversificar e uma melhor relação risco-retorno em sua carteira.
De acordo com a nossa Pesquisa Global de Investimentos Sustentáveis, lançada em 2020, os investidores planejam dobrar suas alocações em produtos sustentáveis nos próximos cinco anos. A pesquisa também mostrou que a integração ambiental, social e de governança (ESG) é o approach mais popular, já que 75% dos investidores pretendem adotar a metodologia em suas estratégias1. Quanto mais os investimentos sustentáveis crescem, maior é o interesse em torno de suas especificações e das melhores estratégias de adoção frente ao portfólio. Por isso, vamos abordar e esclarecer alguns dos mitos existentes no mercado sobre o tema.
“Temos convicção de que ESG veio para ficar. O ESG não é só uma tendência nos investimentos, é uma necessidade para a geração atual e as futuras. Além disso, pode ajudar os investidores a construírem portfólios mais resilientes e alcançar melhores retornos ajustados ao risco no longo prazo.”
MITO 1: INVESTIMENTOS EM ESG POSSUEM MENOR RETORNO
Investimentos sustentáveis trazem compensações que vão além do desempenho financeiro. Eles são necessários e urgentes para as gerações atuais e futuras. Além do retorno para o planeta e para as comunidades, análises comprovam que a incorporação de fatores ESG à estratégia de investimento pode aumentar os retornos de uma carteira, reduzindo a volatilidade e fornecendo proteção em mercados em baixa.
Nesse sentido, o investimento sustentável pode contribuir para a criação de valor e mitigar riscos. Além disso, é possível notar um crescente impacto positivo da sustentabilidade no retorno dos investimentos. Os dados falam por si só: mais de 90% dos índices sustentáveis superaram o desempenho de seu benchmark durante o primeiro trimestre de 2020, em meio à pandemia.
A relação positiva entre retorno e sustentabilidade foi mais alta em períodos mais recentes, em linha com o aumento observado de demanda por essa classe de ativos. Segundo a MCSI, entre 2015 e 2020, os instrumentos de investimento sustentável provaram sua resiliência e a demanda de investidores globais por fundos, produtos, serviços e empresas alinhadas ao ESG cresceu. Trata-se de um mercado que saltou de US$ 6 bilhões em 2015, para US$ 150 bilhões em 2020
MITO 2: FALTAM PADRÕES PARA A CONSTRUÇÃO DE PORTFÓLIOS SUSTENTÁVEIS
É verdade que as definições de “o que é sustentável” podem variar dependendo do investidor ou assessor de investimentos com quem você fala. Em nível global, a padronização deve levar em conta três etapas: a forma como as empresas reportam as informações, as metodologias de obtenção da classificação ESG, e a categorização dos produtos financeiros.
Uma forma de ter portfólios sustentáveis na carteira e ainda contar com exposição internacional é optar por BDRs focados em ESG, que são certificados emitidos no Brasil e que possuem como lastro ações baseadas no exterior.
MITO 3: É CARO INVESTIR EM PRODUTOS ESG
O investimento sustentável costumava ser mal interpretado, entendido como uma modalidade para poucos investidores que, além de ser considerada cara, possuía o estereótipo de não priorizar o desempenho. Como se não pudesse haver um equilíbrio entre rentabilidade e o desenvolvimento sustentável. Mas ele existe!
Em termos de custos e taxas, os índices estão ajudando a democratizar os investimentos sustentáveis. Globalmente, a indexação permite acessar fundos ESG por uma parcela até cinco vezes menor do que os custos dos fundos mútuos de ações sustentáveis que são geridos ativamente, como demonstra o gráfico abaixo.
Apenas para fins ilustrativos. BPs = pontos de base. Um ponto-base é um centésimo de um por cento. Sujeito a mudanças. Todos os dados do gráfico são pontos globais e calculados com base na ponderação de ativos. Fontes: BlackRock, Bloomberg (ETFs); Morningstar (fundos mútuos) a partir de 31 de março de 2020. Dados de fundos mútuos calculados com base na classe de ações mais antiga. 28% dos fundos de ações sustentáveis ativos não informam uma relação de despesas em prospectos ou documentos KIID.
A mudança trouxe acesso aos investimentos ESG por meio da possibilidade de construir portfólios que contemplam empresas líderes de diversos segmentos de mercado, com transparência, precisão e possibilidade de escolha.
O investimento sustentável é uma realidade e os investidores já notam os retornos positivos de seus ativos baseados em empresas que adotam ESG. Como consultor, integrar a personalização e a estratégia sustentável à sua oferta de serviço será essencial.
